quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Quilombolas

O nome quilombolas vem da origem (kilombo 'união; cabana, acampamento, arraial' para atribuir direitos territoriais). Este nome se deu, originalmente apenas para chamar um local utilizado por populações nômades. Porém, a partir da escravidão, os escravos começaram a adotar o termo para lugares que eles fugiam, e foi especificamente no Brasil que tomou o sentido utilizado atualmente.

 Os escravos fugiam das fazendas e casas de família para os quilombos que eram aldeias que ficavam entocadas ou escondidas nas matas, em lugares de difícil acesso, ali eles se escondiam para não serem encontrados, pois estavam cansados de serem explorados e sofrer maus tratos. Todos nós, em algum momento ouvimos este nome “Zumbi dos Palmares”, este nome ficou reconhecido devido ser o principal líder de umas das aldeias quilombolas chamados “Quilombo dos Palmares” localizada em Pernambuco Alagoas.


 Imagem 1 - Escravos Maltratados
Fonte: <https: //fatosdesconhecidos.ig.com.br/6-piores-torturas-e-punicoes-que-os-escravos-sofreram-no-brasil>



 Imagem 2 - Aldeias de Quilombolas
Fonte: <https://midiacidada.org/indigenas-e-quilombolas-eternas-ameacas-a-ordem-e-ao-progresso>

Agora que já sabemos quem são os quilombolas, voltemos para o assunto principal de nosso interesse que é os “Quilombolas da Amazônia”. Para entendermos um pouco deste povo e sua forma de vida vamos nos concentrar em um dos povos quilombolas da Amazônia em especifico, no entanto é necessário destacar a quantidade de quilombolas presente na Amazônia.
Em um estudo realizado, foi encontrado cerca de “28 comunidades certificadas pela FCP (Fundo de Combate à Pobreza) pelo seu auto reconhecimento como remanescente de quilombos até janeiro de 2013”.  Em relação a quantidade de famílias presentes foram encontradas cerca de 1128 famílias.
Estes povos eram bem diversificados quando chegaram aos quilombos. “Segundo Gomes (1999), citado por Superti; Silva e Gutemberg (2015) a formação dos quilombos do Amapá por exemplo, era marcada pela presença de africanos e índios, fugitivos de Macapá, Mazagão, Guiana Francesa e do Baixo Amazonas-Pará. Estes povos estão localizados próximos ao rio Araguari, rio Pedreira e rio Matapi, mais especificamente nos municípios de Macapá e Santana onde se localizam o maior número de comunidades negras e auto reconhecidas remanescentes de quilombolas.

O principal meio de sobrevivência desta população é a pratica da pecuária, do extrativismo e o emprego urbano. Sendo que a maior parte vive da pecuária e extrativismo e apenas quatro especificamente utilizam o emprego urbano forma de renda. Para se locomoverem de um lado para o outro eles utilizam meios de transporte como alto móvel, motocicleta, bicicleta ou embarcação motora.


Imagem 3 - Fabricação da farinha de mandioca
Fonte: <racismoambiental.net.br/2017>


Imagem 4 - Quilombolas descascando mandioca

Nas casas, para ter energia elétrica os moradores utilizam geradores de energia compartilhado ou individual que é disponibilizado “pela Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA através do Programa “Luz para todos” que disponibilizava um gerador de energia a diesel e 300 litros de combustível mensal”. (SUPERTI, Eliane e SILVA, Gutemberg.2015, pg.).

Em relação ao abastecimento de água este ocorre pelos poços ou pelos rios para fazerem as atividades cotidianas da comunidade.

 “Nenhuma das comunidades tem acesso à água tratada pela rede de distribuição. A grande maioria dos moradores consome água de poços ou de outras fontes como igarapé, olhos d’agua ou de minas próximas às residências” SUPERTI, Eliane e SILVA, Gutemberg.2015, pg.)”.

Esta população não tem saneamento básico vivem em condições precárias sem acesso a esgoto.
“O saneamento básico é, também, uma questão precária em todas as comunidades. Nenhuma conta com rede de esgoto, os dejetos sanitários são comumente depositados em fossas ou descartados no ambiente, o que indica grande probabilidade de contaminação da água, considerando sua forma de captação. O lixo é, na maioria das comunidades, queimado, mas muitas já contam com o serviço de coleta pública”. (SUPERTI, Eliane e SILVA, Gutemberg.2015, pg).


Imagem 5 - Casa de alvenaria
Fonte: Incra/Divulgação


Imagem 6 - Casa de madeira
Fonte: Brasil.elpais.com/2014

      A maioria das casas são próprias construídas de alvenaria e algumas de madeira. Nestas casas, os banheiros são internos, porem alguns banheiros são externos, principalmente nas moradias de madeira. Existem casas que não possuem banheiro e os moradores utilizam os dos vizinhos.
      As condições de infraestrutura dessas comunidades possuem carência de serviços públicos básicos, pois não tem acesso a água tratada e saneamento. As casas onde moram são construídas por eles mesmos ou quando há ajuda do governo e normalmente em cada casa abrigam mais de uma família. Devido à falta de infraestrutura e acesso a condições básicas de saúde está população sofre com doenças frequentes como a malária, sendo uma doença típica da região.
      Apesar das especificidades dessas comunidades, quanto ao seu patrimônio cultural, cultivo da mandioca, espaços das roças, festas de santos, das casas de forno e das celebrações, todas estas características guardam simbolismos únicos que retratam a vida dessas pessoas e que devem ser preservados pois são a partir de suas práticas individuais ou em grupo é que direcionam seu modo de trabalho, lazer, confraternizações, igrejas. Sendo que todos estes envolvimentos ou relacionamentos entre estas comunidades denotam sentidos que vão muito além da apropriação daquele espaço geográfico mais sim, envolvem um conjunto de relações sociais, culturais e que devem sim, estar marcada na sua etnia, no seu modo de viver e no seu povo.
     Vale ainda ressaltar a importância desses povos (Quilombolas) para a preservação de áreas intocadas da floresta Amazônia que são fundamentais no que diz respeito ao impedimento do avanço do desmatamento ilegal. Estes povos respeitam a mata eles coletam as castanhas sem denigrir a floresta, ou seja, não tira da mata mais do que aquilo que se deve tirar.
       Estes povos cuidam da floresta porque ali é a casa deles, e é dali que eles extraem seus recursos naturais como a castanha, açaí, bacaba, cipó-titica entre outros, quer seja para consumo ou mesmo na transformação em utensílios para seu próprio sustento. Desta forma cabe a nós pensarmos na importância destes povos para nós enquanto cidadãos urbanizados pois sem o nosso apoio, estamos contribuindo para o fim de sua cultura, para o desparecimento do seu povo e para o aceleramento de nossas matas e rios, enquanto que para nós não passa de uma mata para eles são a casa deles, se destruirmos sua cultura sua etnia, sua mata, seus ideias, automaticamente estamos empobrecendo o planeta e acabando com o que é nosso por isso, apoiar e preservar a cultura das comunidades quilombolas também é nosso dever.


Atividades
A partir da leitura do texto e análise do vídeo, produza um breve texto sobre a origem e importância dos quilombolas para a preservação da Floresta Amazônica.

Por: Loruana Raiza Dias.


Referências

COMISSÃO PRÓ ÍNDIO DE SÃO PAULO (Site). Quilombolas em Oriximiná. Disponível em: <http://cpisp.org.br/quilombolas-em-oriximina/quem-sao-como-vivem/manejando-a-floresta/>
SILVA, Gutemberg de Vilhena; SUPERTI, Eliane. Comunidades Quilombolas na Amazônia. Journals Openedition, 2015.
UNICAMP (Site). Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/saude>

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