O nome quilombolas vem da origem (kilombo 'união;
cabana, acampamento, arraial' para atribuir direitos territoriais). Este
nome se deu, originalmente apenas para chamar um local utilizado por populações
nômades. Porém, a partir da escravidão, os escravos começaram a adotar o termo
para lugares que eles fugiam, e foi especificamente no Brasil que tomou o
sentido utilizado atualmente.
Os escravos fugiam das fazendas e casas de
família para os quilombos que eram aldeias que ficavam entocadas ou escondidas
nas matas, em lugares de difícil acesso, ali eles se escondiam para não serem
encontrados, pois estavam cansados de serem explorados e sofrer maus tratos.
Todos nós, em algum momento ouvimos este nome “Zumbi dos Palmares”, este nome
ficou reconhecido devido ser o principal líder de umas das aldeias quilombolas
chamados “Quilombo dos Palmares” localizada em Pernambuco Alagoas.
Imagem 1 - Escravos Maltratados
Fonte: <https: //fatosdesconhecidos.ig.com.br/6-piores-torturas-e-punicoes-que-os-escravos-sofreram-no-brasil>
Imagem 2 - Aldeias de Quilombolas
Fonte: <https://midiacidada.org/indigenas-e-quilombolas-eternas-ameacas-a-ordem-e-ao-progresso>
Agora que já sabemos
quem são os quilombolas, voltemos para o assunto principal de nosso interesse
que é os “Quilombolas da Amazônia”. Para entendermos um pouco deste povo e sua
forma de vida vamos nos concentrar em um dos povos quilombolas da Amazônia em
especifico, no entanto é necessário destacar a quantidade de quilombolas
presente na Amazônia.
Em um estudo
realizado, foi encontrado cerca de “28 comunidades certificadas
pela FCP (Fundo de
Combate à Pobreza) pelo seu auto reconhecimento como
remanescente de quilombos até janeiro de 2013”.
Em relação a quantidade de famílias presentes foram encontradas cerca de
1128 famílias.
Estes
povos eram bem diversificados quando chegaram aos quilombos. “Segundo Gomes
(1999), citado por Superti; Silva e Gutemberg (2015) a formação dos quilombos
do Amapá por exemplo, era marcada pela presença de africanos e índios,
fugitivos de Macapá, Mazagão, Guiana Francesa e do Baixo Amazonas-Pará. Estes
povos estão localizados próximos ao rio Araguari, rio Pedreira e rio Matapi,
mais especificamente nos municípios de Macapá e Santana onde se localizam o
maior número de comunidades negras e auto reconhecidas remanescentes de
quilombolas.
O principal meio de sobrevivência
desta população é a pratica da pecuária, do extrativismo e o emprego urbano.
Sendo que a maior parte vive da pecuária e extrativismo e apenas quatro
especificamente utilizam o emprego urbano forma de renda. Para se locomoverem
de um lado para o outro eles utilizam meios de transporte como alto móvel,
motocicleta, bicicleta ou embarcação motora.
Imagem 3 - Fabricação da farinha de mandioca
Fonte: <racismoambiental.net.br/2017>
Imagem 4 - Quilombolas descascando mandioca
Nas
casas, para ter energia elétrica os
moradores utilizam geradores de energia compartilhado ou individual que é
disponibilizado “pela Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA através do
Programa “Luz para todos” que disponibilizava um gerador de energia a diesel e
300 litros de combustível mensal”. (SUPERTI, Eliane e SILVA, Gutemberg.2015,
pg.).
Em relação ao abastecimento de água
este ocorre pelos poços ou pelos
rios para fazerem as atividades cotidianas da comunidade.
“Nenhuma das comunidades tem acesso à água
tratada pela rede de distribuição. A grande maioria dos moradores consome água
de poços ou de outras fontes como igarapé, olhos d’agua ou de minas próximas às
residências” SUPERTI, Eliane e SILVA, Gutemberg.2015,
pg.)”.
Esta
população não tem saneamento básico vivem em condições precárias sem acesso a
esgoto.
“O
saneamento básico é, também, uma questão precária em todas as comunidades.
Nenhuma conta com rede de esgoto, os dejetos sanitários são comumente
depositados em fossas ou descartados no ambiente, o que indica grande
probabilidade de contaminação da água, considerando sua forma de captação. O
lixo é, na maioria das comunidades, queimado, mas muitas já contam com o
serviço de coleta pública”. (SUPERTI,
Eliane e SILVA, Gutemberg.2015,
pg).
Imagem 5 - Casa de alvenaria
Fonte: Incra/Divulgação
Imagem 6 - Casa de madeira
Fonte: Brasil.elpais.com/2014
A maioria das casas são próprias construídas de alvenaria e
algumas de madeira. Nestas casas, os banheiros são internos, porem alguns
banheiros são externos, principalmente nas moradias de madeira. Existem casas
que não possuem banheiro e os moradores utilizam os dos vizinhos.
As condições de
infraestrutura dessas comunidades possuem carência de serviços públicos
básicos, pois não tem acesso a água tratada e saneamento. As casas onde moram
são construídas por eles mesmos ou quando há ajuda do governo e normalmente em
cada casa abrigam mais de uma família. Devido à falta de infraestrutura e
acesso a condições básicas de saúde está população sofre com doenças frequentes
como a malária, sendo uma doença típica da região.
Apesar das
especificidades dessas comunidades, quanto ao seu patrimônio cultural, cultivo
da mandioca, espaços das roças, festas de santos, das casas de forno e das
celebrações, todas estas características guardam simbolismos únicos que
retratam a vida dessas pessoas e que devem ser preservados pois são a partir de
suas práticas individuais ou em grupo é que direcionam seu modo de trabalho,
lazer, confraternizações, igrejas. Sendo que todos estes envolvimentos ou
relacionamentos entre estas comunidades denotam sentidos que vão muito além da
apropriação daquele espaço geográfico mais sim, envolvem um conjunto de
relações sociais, culturais e que devem sim, estar marcada na sua etnia, no seu
modo de viver e no seu povo.
Vale ainda
ressaltar a importância desses povos (Quilombolas) para a preservação de áreas
intocadas da floresta Amazônia que são fundamentais no que diz respeito ao
impedimento do avanço do desmatamento ilegal. Estes povos respeitam a mata eles
coletam as castanhas sem denigrir a floresta, ou seja, não tira da mata mais do
que aquilo que se deve tirar.
Estes povos
cuidam da floresta porque ali é a casa deles, e é dali que eles extraem seus
recursos naturais como a castanha, açaí, bacaba, cipó-titica entre outros, quer
seja para consumo ou mesmo na transformação em utensílios para seu próprio
sustento. Desta forma cabe a nós pensarmos na importância destes povos para nós
enquanto cidadãos urbanizados pois sem o nosso apoio, estamos contribuindo para
o fim de sua cultura, para o desparecimento do seu povo e para o aceleramento
de nossas matas e rios, enquanto que para nós não passa de uma mata para eles
são a casa deles, se destruirmos sua cultura sua etnia, sua mata, seus ideias,
automaticamente estamos empobrecendo o planeta e acabando com o que é nosso por
isso, apoiar e preservar a cultura das comunidades quilombolas também é nosso
dever.
Atividades
A partir da leitura do texto e análise do vídeo, produza um breve texto sobre a origem e importância dos quilombolas para a preservação da Floresta Amazônica.
A partir da leitura do texto e análise do vídeo, produza um breve texto sobre a origem e importância dos quilombolas para a preservação da Floresta Amazônica.
Por: Loruana Raiza Dias.
Referências
COMISSÃO PRÓ ÍNDIO DE SÃO PAULO
(Site). Quilombolas em Oriximiná. Disponível em: <http://cpisp.org.br/quilombolas-em-oriximina/quem-sao-como-vivem/manejando-a-floresta/>
SILVA, Gutemberg de Vilhena; SUPERTI,
Eliane. Comunidades Quilombolas na Amazônia. Journals Openedition, 2015.
UNICAMP (Site). Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/saude>
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