Os
babaçueiros são povos extrativos, que tem como base para a sua sobrevivência a
exploração do babaçu. Grande parte dessa população extrativista são mulheres,
conhecidas como quebradeiras de coco babaçu, são aproximadamente cerca de 300
mil famílias espalhadas em comunidades camponesas do Maranhão, Piauí, Tocantins
e Pará, em áreas de transição entre o Cerrado, a Caatinga e a Floresta
Amazônica.
No
mapa abaixo, perceba as áreas de ocorrência do coco babaçu no Brasil:
O
babaçu (figura 2 e 3) é uma espécie de palmeira oriunda da região norte do
Brasil, os cachos com os cocos levam cerca de nove meses para cair, quando caem
começam as coletas pelos povos extrativistas, os cocos são quebrados ao meio
para a extração sobretudo da amêndoa, que é utilizada para a produção de óleo.
O babaçu é transformado em diversos produtos, sendo todo aproveitado,
fornecendo manteiga vegetal, amêndoas: utilizada para a alimentação, produção
de cosméticos e biodiesel, sendo um fruto que apresenta um grande potencial
econômico, no entanto o óleo é o mais utilizado para a comercialização.
Figura
2 - Palmeira babaçu – Fonte: http://www.portalmacauba.com.br/2018/01/babacu-simbolo-da-luta-das-quebradeiras.html
Figura
3 – Babaçu – Fonte: https://lar-natural.com.br/beneficios-coco-babacu/
Nesse
sentido, o fruto é essencial para o sustento de pessoas sem terras das regiões
onde ocorrem o babaçu, em especial as quebradeiras de coco, como já mencionado.
A maior parte dos babaçuais estão em grandes fazendas, o que acaba se tornando
um quadro difícil para as quebradeiras, que tentam mudar essa realidade, devido
as diversas violências sofridas durante décadas por essas mulheres, além da sua
organização, foi criada a Lei Babaçu Livre, implantada no ano de 1997 no
município Lago do Junco (Maranhão), logo, outros municípios seguiram esse
exemplo, e Tocantins aprovou a lei em nível estadual.
A
Lei Babaçu Livre proíbe que sejam derrubadas as palmeiras e permite o acesso e
o uso comunitário dos babaçuais pelas quebradeiras, mesmo que estejam em terras
privadas. Vale ressaltar, que a maioria dos municípios não cumprem a lei, sendo
raros os municípios que a cumprem, muitos fazendeiros fazem questão em
revogá-la, dizendo que o babaçu é uma praga, por se adaptar facilmente ao
ambiente, possuem interesse de derrubar e ocupar as terras para atividades
agropecuárias, o que acaba gerando os conflitos agrários.
Devido
a todos esses problemas enfrentados, levaram as quebradeiras a organizarem o
Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), uma
organização que representa os interesses sociais, políticos e econômicos deste
grupo, dando as mulheres a possibilidade de serem vistas e reconhecidas,
possibilitando a chance de se desenvolverem, por meio do conhecimento e
experiência que o trabalho do movimento oferece. No entanto, a Lei Babaçu Livre
tem sido a principal conquista das quebradeiras.
Figura
4 - Quebradeiras de coco babaçu – Fonte: https://reporterbrasil.org.br/comunidadestradicionais/quebradeiras-de-coco-babacu/
Note
na figura acima, que o trabalho realizado pelas quebradeiras do coco babaçu é
manual, ou seja, a quebra do coco é realizada sem o auxílio de máquinas, em
média, por dia, as quebradeiras conseguem apurar de 6 a 8 kg de amêndoas, para
um litro dessas amêndoas, recebem R$ 2,50.
Você considera importante preservar essa
atividade, por quê?
Releia o texto novamente, analise as figuras e
anote aquilo que te chama mais atenção a respeito desses povos extrativos.
Assista os vídeos a seguir:
Quais informações dos vídeos que te chamaram
mais atenção, por quê?
Por: Viviane Oliveira.
Sites para produção do texto e aprofundamento
REPÓRTER BRASIL (Site). Quebradeiras de coco babaçu. Disponível em: <https://reporterbrasil.org.br/comunidadestradicionais/quebradeiras-de-coco-babacu/>
PORTAL SÃO FRANCISCO (Site). Babaçu. Disponível em: <https://www.portalsaofrancisco.com.br/alimentos/babacu>
MIQCB (Site). Movimento interestadual das quebradeiras de coco babaçu. Disponível em: <https://www.miqcb.org/quem-somos>
SCIELO (Site). A lei do babaçu livre: uma estratégia para a regulamentação e a proteção da atividade das quebradeiras de coco no estado do Maranhão. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/seq/n68/07.pdf>
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